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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: http://www.domingocompoesia.com.br/

 

DIONE BARRETO

( Pernambuco – Brasil )

 

É poeta, ex-dirigente cultural e Psicóloga Clínica. Nasceu em 1955. Paraibana de nascimento, atuou na vida cultural do Recife de 1977 a 2019. Foi presidente da UBE/PE, do Conselho de Cultura do Recife e Diretora de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco. PUBLICOU (poesia): Desiguais, Ed. 20-20, Recife, 1994; Do Amor e suas Perversidades, CEPE, Recife, 1989 (Prêmio Mauro Mota de Poesia); Feitiço do Silêncio Ed. Autor, Recife, 1984; Círculo Vazio, Ed. Autor, C.Grande, 1973. INTEGROU uma dezena de antologias de poesia.

 

 

CAMPOS, Antonio; CORDEIRO, Claudia.  PERNAMBUCO, TERRA DA POESIA - Um painel  da poesia pernambucana dos séculos XVI ao XXIRecife: IMC;  Rio de Janeiro:     Escrituras, 2005.  628 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda

 


O COMPROMISSO
Para Cida Nogueira

poucas coisas são de valia neste mundo:
a solidão ancestral
alguma delicadíssima tristeza
este geste gesto contínuo de perder-se
e a tua ausência
que faz de mim uma saudade necessária

tudo o que sou, trago comigo
e dou-te.
este poder de consagrar o mundo
torná-lo meu
e pertencê-lo
esta alegria de saber ser pássaro
um jeito de colorir palavras
e o meu olhar dentro do teu, configurado

não é muito
mas este é o meu compromisso com a finalidade.

(In Retratos, a poesia feminina contemporânea em Pernambuco, 2004, p. 78  Disponível em: Plataforma para a Poesia:
http://www.plataforma.paraapoesia.nom.br/-dioneb 1.htm.)


ASSOMBRAÇÃO

aos 6 anos
tinha medo das almas do outro mundo

aos 10
as almas eram tão familiares
que temê-las de fato
era uma obrigação hierárquica

aos 14
já não acreditava em almas
mas, à falta de medo mais digno
conservei-as

aos 20
vi a primeira e única assombração de minha vida
e não era assombração
pior: era alma de fato

aos 30
convivo razoavelmente
com todas as coisas deste mundo
ou quase

agora
passado os 30
preciso das almas da infância
com quem recém-alfabetizado
diverte-se com as angústias do tempo
e teme perder para sempre
a inocência que nunca voltará


REVISTA DE POESIA E CRÍTICA   Ano XVIII   No. 18    Brasília – São Paulo – Recife — 1994. 
Ex. doação do livreiro Brito – DF

 

 

        HOLOCAUSTO

o mundo se acabará amanhã
nem o mais resistente coração
enganará a profecia

se houver tempo
ainda lerei gide e drummond
ao som tristíssimo e definitivo
de paco e meola

dois mil anos depois
os arqueólogos dirão:
nenhuma civilização honrou esta terra.
de que nos serve um coração
se o mundo é de ossos e raciocínio?

*

Página ampliada e republicada em fevereiro de 2023

 

*

 

Página publicada em setembro de 2022

 


 

 

 
 
 
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